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Nísia Floresta: uma voz oculta na literatura brasileira

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O intuito deste artigo é abordar e refletir a voz da escritora Nísia Floresta, importante feminista que se destacou no cenário internacional, mas pouco conhecida por seus livros e poesias no Brasil. No primeiro momento este estudo levantou sua bibliografia, encontrando uma mulher de ousadia e coragem para escrever e publicar, em tempos que não se tinha espaço na sociedade, por isso, consagrou-se a primeira escritora no jornalismo brasileiro. Fundou, no Rio de Janeiro, uma escola de educação para as mulheres. Conheceu e estudou com August Comte. Pesquisou as condições das mulheres francesas, inglesas, alemãs e portuguesas. Nísia Floresta defendia a conquista da emancipação feminina por intermédio do acesso à política, à ciência e à literatura. Por esses motivos, o principal objetivo deste estudo é apresentar a voz desta escritora, para isto, elegeram-se duas de suas principais obras. Na primeira, a análise do livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” (tradução de Mary Wollstonecraft – 1759/1797 escrita por Mary Wortley Montagu – 1689/1762), um protesto, no qual se questiona por que os homens se interessavam em separar a mulher das ciências. Dividido em três capítulos que trata do conceito que os homens faziam das mulheres, da inferioridade feminina em relação aos homens e da capacidade das mulheres ao ensino das ciências. Na segunda obra “Opúsculo humanitário”, aponta sua defesa na educação de meninas e do ensino de maneira geral, nesse livro a autora valeu-se de dados oficiais para tecer duras críticas ao sistema de ensino da época e aos medíocres métodos e doutrinas seguidas pelas professoras. Nas considerações finais, apontam-se as reflexões pertinentes à importância desta escritora, tanto por sua coragem em publicar, quanto por sua ousadia em enfrentar a sociedade brasileira pós-colonial, dominada pelo imperialismo, marcada pelo preconceito, machismo e exclusão.

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