SUMMARY
O presente artigo propõe uma discussão acerca da representação do corpo travesti na literatura, mais especificamente no conto “A voz da consciência”, presente no livro Contos Transantropológicos, de Atena Beauvoir. De maneira geral, lançaremos olhar à perspectiva de (r)existência que a autora nos apresenta, o qual tem como norte a construção da subjetividade do corpo travesti em meio aos melindres da repressão das instituições sociais. Para isso utilizamos conceitos que têm como base a noção de inclusão e pluralidade no que diz respeito à literatura, ao corpo, ao discurso e à sociedade. Ressaltamos que o objetivo central desta pesquisa é identificar a condição de exílio na personagem travesti no conto mencionado. Pretendemos, com este estudo, levar a reflexões que minimizem, da forma que for possível, a discrepância de poder discursivo entre os que estão dentro e fora do âmbito acadêmico e, principalmente, trazer à tona vivências subalternase torná-las, mesmo que de maneira sintética, o foco da discussão.