SUMMARY
No encalço de Coracini (1999), o livro didático constitui o centro do processo de ensino-aprendizagem em todos os graus do ensino da educação básica. Solidificando-se como um elemento constitutivo do processo educacional brasileiro (SOUZA, 1999, p. 28), o livro didático é, geralmente, considerado a última fonte de referência e o lugar do saber. Investido de muita importância, de acordo com Coracini (1999), esse material assume o poderio da sala de aula ao delimitar os conteúdos e as metodologias a serem adotadas em concordância com a ideologia vigente e, consequentemente, torna-se, segundo Souza (1999), uma verdade sacramentada. A partir disso, torna-se necessário problematizar o peso que é atribuído ao livro didático de Língua Portuguesa, reconsiderando-o, visto que, muitas vezes, assume um papel muito maior no desenvolvimento da competência discursiva que o dos alunos e dos professores dentro da sala de aula por comandar as atividades. Para isso, este artigo, que é um recorte da minha dissertação de mestrado intitulada Recursos linguísticos de modalidade no livro didático: uma abordagem sistêmico-funcional (PICANÇO, 2018), tem como objetivo apresentar o livro didático como gênero textual por assumir uma função social – bem definida, por sua vez, no ambiente escolar – com base na concepção dialógica bakhtiniana e na perspectiva teleológica de Martin (1992), sob o viés da Linguística Sistêmico-Funcional de gênero.