SUMMARY
O surgimento em condições de "semiose colonial" relega a Literatura Moçambicana escrita em língua portuguesa para um estatuto de manifestação cultural periférica, do qual surge uma necessidade de ruptura com a cultura metropolitana de referência e de afirmação de uma identidade própria. Não havendo em Moçambique uma tradição literária escrita que sirva de base para esta afirmação, é em modelos estrangeiros que a literatura moçambicana busca as estratégias textuais para, literariamente, construir os signos da identidade literária nacional. Nesse texto abordaremos a forma como modelos literários alienígenas são utilizados (assimilados, transformados, subvertidos) pelo escritor José Craveirinha como representações da moçambicanidade.