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ALQUIMIA VERBAL: ESCRITURA E SILÊNCIO EM ARTHUR RIMBAUD

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A obra poética de Arthur Rimbaud eclodiu no século XIX por redimensionar não somente a literatura, mas também as instâncias peculiares da vida. Em Rimbaud, imprime-se uma linguagem que abandona a “instituição literatura” de modo radical, pois “a lei dela (grifo nosso) [da literatura], em princípio, é desafiar ou suspender essa lei” (DERRIDA, 2014, p. 49). Fugindo às regras do acabamento estético, do modelo canônico, a palavra do poeta transborda como um rastro significante para alcançar “um texto sem voz”, na compreensão de Derrida (1991, p. 58). O que aponta um avolumar-se no silêncio, cuja alquimia verbal reconhece os limites da significação ou mesmo da poesia realizada sob a égide do racionalismo. As obras - Uma Temporada no Inferno (1957) e Iluminações (1957) - demonstram aquilo que o jovem poeta buscava – a reinvenção do mundo, a ruptura com as formas estabelecidas da existência, o abandono de tudo que se agrega à literatura: a história, o sentimento, a política, o homem, a sociedade etc.). Neste artigo, a poética de Rimbaud, em sua escritura e silêncio, é refletida a partir de sua concepção de “alquimia do verbo”, bem como aportes teóricos de Barthes, Blanchot e Derrida. Esse conjunto de filtros teóricos apontam uma compreensão de uma suspensão imediata do sentido, como um devir constante, um (in)acabamento fugidio (différance derridiana), que perpassa e ultrapassa o signo.

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