SUMMARY
Entre os anos de 2014 e 2019 realizamos oficinas de práticas artísticas com alunos do ensino fundamental numa escola para deficientes visuais no Rio de Janeiro. De saída, afirmamos ser esse um espaço de aprendizagem, o que se confirmou através do acompanhamento dos efeitos das oficinas que apareciam nas salas de aula, assim como na vida. O objetivo deste texto é discutir teoricamente o que se passava nas oficinas, tendo em vista a questão da aprendizagem. Seguiremos as pistas de G.Deleuze, V.Kastrup e S.Gallo para (com eles) avançar. Em comum, defendem uma aprendizagem não representacional. Aprender não se restringe à passagem do não saber ao saber, mas envolve antes a sensibilidade, condição para a transformação de si e do mundo. Assim, o problema passa a ser como tornar-se sensível? Avançaremos produzindo uma interlocução com a abordagem enativa da cognição e com uma releitura do conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal de maneira a propor uma Zona de Sensibilidade.