SUMMARY
O intento do presente estudo é lançar um olhar analítico sobre o processo composicional que efetiva a condição de autonomia e heteronomia da personagem. A partir dos conceitos de figuração e refiguração, pretende-se ilustrar como Julião, personagem do conto “O leproso”, de Miguel Torga, publicado em Novos contos da montanha (1944), se desenvolve como entidade, com vida autossuficiente. Entende-se por figuração o modo como as personagens são constituídas em contextos específicos com os quais se relacionam, e refiguração no modo como se figuram pelo viés dos discursos sobre elas presentes na narrativa. As colocações teóricas pautam-se nos postulados de Carlos Reis (2018), Miguel de Unamuno (2015), Wayne C. Booth (1980), Michael Foulcault (1999; 2001)