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As doenças e os corpos dos escravizados doentes falam em A menina Morta, romance de Cornélio Penna

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Este artigo busca analisar a loucura como metáfora e os corpos dos escravizados doentes na obra A menina morta (1954), romance de Cornélio Penna. Na narrativa, os doentes escravizados e o canto dos “alienados” põem à luz os mecanismos de dominação e as interdições a que estão sujeitos os moradores do Grotão. Os corpos e a linguagem cifrada dos negros são formas de comunicação frente o processo de silenciamento imposto pelo Comendador às pessoas que residem em sua fazenda. Além disso, os males são elementos capazes de aumentar a atmosfera de mistério e de tensão da história. Utiliza-se dos estudos das moléstias feitos por Hegenberg (1998), por Sontag (2007) e por Foucault (2016a, 2016b, 2017) para aclarar o passado das enfermidades e suas possíveis interpretações. Os teóricos possibilitam-nos ver as camadas de significações sedimentadas em nossa cultura – os medos, os preconceitos, a curiosidade e o fascínio, por exemplo – que existem na experiência de estar adoentado no Ocidente, e, assim, entender que os corpos e as vozes dos oprimidos podem ser vistos/ouvidos a partir da compreensão das enfermidades e suas metáforas.

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