SUMMARY
Este artigo trata das iniciativas inovadoras nos métodos de ensino empreendidas por autores como Hoole e Comenius no século XVII. As inovações introduzidas por eles não só representavam reformulações herdadas de períodos mais remotos, como também contribuíram para a reconfiguração da política e a ascensão do Estado Moderno. Centrado na questão da emergência paralela da escolarização moderna e do Estado Moderno, o autor investe na crítica às leituras evolucionárias a partir de uma história cultural que lhe dá sustento para afirmar a tese de que a escolarização moderna não teve ancestrais institucionais. Como argumentos em favor da sua tese, ao autor opera duplo movimento: uma preliminar crítica historiográfica, pautada em fontes originais, mas subjugadas por um arcabouço darwiniano de interpretação, e uma subseqüente exposição de complexos meandros por meio dos quais idéias e práticas desordenadas combinaram-se para dar nascimento à escolarização moderna.