SUMMARY
Este artigo tem como objetivos: 1) apresentar e analisar as explicações teóricas elaboradas por Nicos Poulantzas – um dos mais renomados representantes do marxismo estrutural – sobre as classes sociais e que o levaram a denominar de “nova pequena burguesia" os trabalhadores assalariados que não são operários e também não são proprietários dos meios de produção, mas cujas práticas políticas e ideológicas tendem a ser iguais ou similares às da pequena burguesia tradicional. Mas, segundo Marx, nas sociedades capitalistas, a estrutura determinante das classes sociais não é a estrutura econômica? 2) demonstrar que as posturas teórico-metodológicas do marxismo estrutural, em especial, as de Poulantzas, suprimem o sujeito da história, pois, para seus autores, a história deixou de ser um processo humano em realização para tornar-se realização de estruturas. E, no entanto, este é um fato inelutável: indivíduos, seres humanos, pessoas, com suas motivações, interesses, preferências, crenças, atitudes e comportamentos são os produtores da história. Produzem-na, é verdade, em condições dadas: nas condições produzidas e legadas por outros indivíduos, a partir das quais deliberam acerca de suas próprias vidas, criando novas condições de acordo com as escolhas de alternativas que puderam efetivar; 3) e reafirmar que, desvirtuando as explicações genuínas de Marx, o marxismo estrutural não oferece contribuição alguma para a investigação, análise e explicação da realidade social que, esvaziada de conteúdo histórico, tentou retratar com o formalismo de um mundo de definições e subdefinições.