SUMMARY
Biografias se configuram como um gênero discursivo majoritariamente narrativo e com a incidência expressiva de procedimentos descritivos em sua constituição. Neste artigo, pretendemos, como objetivo central, identificar um fazer argumentativo nas biografias, mesmo sem elas possuírem um dispositivo argumentativo formalmente demarcado. Ancoramo-nos na concepção de dimensão argumentativa de Ruth Amossy (2006) e também em algumas orientações retóricas quanto aos discursos epidíticos, conforme abordagem retórica de Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996), para quem o gênero epidítico apresenta as seguintes funções: (i) permitir a identificação do auditório, (ii) reforçar valores, (iii) despertar emoções e (iv) provocar ações. Identificadas tais funções, tentaremos mostrar como elas se materializam nas biografias nacionais contemporâneas.