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Leitura ficcional feita por adolescentes: compassos e descompassos entre escola e vida social

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Este artigo apresenta uma investigação sobre práticas de leitura de textos narrativos feitas por adolescentes em contextos escolares e não escolares. A hipótese de trabalho é de que as práticas de fomento à leitura de modo geral, e da literária, exigidas pela escola, desconsideram as leituras realizadas pelos adolescentes em âmbito não escolar, tratando-as como leituras não adequadas ou, como dizem as OCNEM (2006), como “escolhas anárquicas" de leitura. Sabe-se que a indústria cultural ou cultura de massa influenciam na formação do gosto pela leitura dos adolescentes, porém, pouco se sabe sobre as leituras realizadas fora do âmbito escolar e como se dão essas práticas de letramento e os modos de apropriação desses textos por leitores adolescentes. Em busca de levantar alguns desses aspectos, buscou-se identificar hábitos de leitura de textos narrativos – nomeados aqui como leitura de ficção – de adolescentes em escolas e em bibliotecas. Para tanto, foi realizado um levantamento de dados por meio da aplicação de questionários semiestruturados a alunos de 12 e 14 anos de escolas públicas e particulares e a leitores de bibliotecas municipais das cidades de Cornélio Procópio e Paranavaí, ambas situadas no norte do estado do Paraná. Os dados obtidos apontam para uma apreciação grande de leitura entre o público estudado, particularmente, de leituras efetuadas em impressos, notadamente o livro, seguidas de leituras de textos narrativos em suportes digitais (TV, cinema, computadores). Quanto às relações com a literatura ensinada na escola, os jovens afirmam apreciá-la, no entanto, seus repertórios de leitura corrente não coincidem com os textos escolares ou da tradição, evidenciando uma cisão entre os letramentos escolares e da vida social.

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