SUMMARY
O artigo problematiza as atuais tentativas de reposicionar discursivamente o consumidor como um emergente sujeito político, soberano em suas escolhas e responsável pelas consequências de seus atos de consumo. Para isso, campanhas publicitárias, publicações impressas e o endereço eletrônico do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente são tomados como objetos de investigação. A análise é orientada pelo quadro teórico e metodológico dos estudos de governamentalidade e seu enfoque recai sobre a identificação das práticas e posturas que a instituição pretende disseminar através de seus discursos. A pesquisa questiona, assim, como o indivíduo – no papel de consumidor – é estimulado a adotar determinados padrões de conduta em sintonia com as racionalidades políticas vigentes: responsabilizando-se individualmente por questões antes divididas coletivamente sob a tutela do estado.