SUMMARY
O presente estudo apresenta-se como uma pesquisa qualitativa, de cunho etnográfico, e parte da problematização das pedagogias de gênero presentes nas brincadeiras infantis e no cotidiano escolar de crianças de três a cinco anos, das Escolas Municipais de Educação Infantil de um município do sul do Brasil. Seis escolas foram observadas, com apontamentos no Diário de Campo. Suas bases teóricas foram autores/as dos Estudos Culturais e dos Estudos de Gênero, como Foucault (2009), Louro (2000), Giroux (1995), Meyer (2003), e Butler (2004). Os resultados apontam que as professoras, a partir de suas intervenções nas brincadeiras das crianças, visam à construção de identidades de gênero hegemônicas, com inferências impregnadas pelas pedagogias de gênero, buscando, assim, o desenvolvimento de certas características, habilidades, brincadeiras, brinquedos para meninos e meninas de forma marcadamente diferenciada. As práticas cotidianas do professorados estão relacionadas a padrões heteronormativos e a condutas resultantes de discursos sexistas que estão presentes na cultura e que são reproduzidos acriticamente. Concluímos que a formação docente é imprescindível para que avancemos no campo da educação que respeite a diversidade humana e a individualidade das crianças.