SUMMARY
O discurso denota um efeito de sentido entre os sujeitos da interação, conforme o contexto sócio-histórico e ideológico que estão inseridos. A memória discursiva, conceito bastante pertinente na Análise de Discurso pecheutiana, estabelece a construção de sentido, possibilitando uma interpretação a partir de retomadas discursivas. A memória conduz o sujeito ao entendimento de determinados enunciados. Essa importância de tal pressuposto teórico acarretou a elaboração do presente trabalho, objetivando analisar a memória discursiva nos enunciados da reportagem intitulada “A ilustração hitou”, da revista Revestrés. Como suporte teórico para a análise, o presente ensaio se fundamenta nos pressupostos de Courtine (2009), Pêcheux (2015), Pierre Achard et al (1999), dentre outros. Metodologicamente, o trabalho caracteriza-se pela abordagem qualitativa, com objetivos interpretativos e de natureza básica. No tocante ao corpus do trabalho, pode-se dizer que é constituído por uma reportagem da edição 45, de 2020. Como resultados, considera-se que o sujeito enunciador recupera enunciados ditos anteriormente para sustentar seu discurso, fazendo com que o público leitor da Revestrés consiga compreender as informações expostas. Para isso, o sujeito enunciador recorre à memória discursiva para estabelecer uma interpretação aos enunciados implícitos, retomando sentidos partilhados socialmente, bem como paráfrases para enfatizar determinados discursos.