SUMMARY
Este ensaio busca confrontar os personagens principais do livro Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, e os usuários do sistema de justiça, a partir dos dilemas e imposições da Pandemia do Covid-19, que assola a todo o mundo. As particularidades dos personagens Robinson Crusoé e Sexta-Feira, frente à necessidade de readequação a novos modos de vida de forma constante, foram o argumento para a contextualização, já sentida, com as diferenças havidas entre os litigantes habituais e litigantes eventuais no acesso à justiça. A relação entre direito e literatura, nesse caso, buscou lançar luzes sobre os aspectos relacionados à necessidade de readequação dos diferentes litigantes para o acesso pleno à justiça, considerando os impactos da Pandemia sobre a atividade jurisdicional. O método científico empregado na pesquisa foi o indutivo, já que se partiu da análise das particularidades dos personagens e dos diferentes litigantes, como premissas verdadeiras, para se apurar os diferentes modos de readequação às novas realidades por cada, e qual o impacto dessas diferenças sobre o acesso à justiça. Deste modo, foi possível demonstrar que ainda persistem importantes diferenças entre os diferentes litigantes na nova realidade jurisdicional, urgindo a adoção de medidas que reduzam a disparidade.