SUMMARY
Em vista do poderoso processo de colonização do pensamento que se dá em praticamente todas as ciências humanas existentes na antiga colônia sul-americana de Portugal, o objetivo proposto para este artigo é analisar, fazendo uso das noções de discurso e formação imaginária, a reprodução colonizada da Análise do Discurso desenvolvida no Brasil. Com a perspectiva de alcance do escopo traçado, empreende-se, em caráter ensaístico, uma leitura crítica, efetuada qualitativamente através da noção de formação imaginária, implicada no funcionamento do discurso, da construção histórica da colonialidade da Análise do Discurso brasileira, registrada em dois textos “Legados de Michel Pêcheux e paradoxos da Análise do discurso no Brasil” (PIOVEZANI; SARGENTINI, 2011) e “Ler Michel Pêcheux hoje” (ORLANDI, 2012). Para subsidiar e, consequentemente, contemplar uma discussão diagnóstica, a seção “O acontecimento da Análise do Discurso: formação imaginária” apresenta um recenseamento das fundações da Análise do Discurso, já a seção “Formações imaginárias colonizadas” verticaliza a leitura analítica dos textos selecionados através do emprego dos conceitos de discurso e formação imaginária. Como resultado deste estudo, foram encontradas, além da própria necessidade deste tipo de investigação, formações imaginárias colonialistas que remontam ao discurso eurocêntrico dominante a continuidade do servilismo intelectual ainda demonstrado em teorias importadas.