SUMMARY
O presente artigo mobiliza compreender o sujeito de linguagem com síndrome demencial em detrimento da doença orgânica. Assim, o estudo objetiva propor reflexões e rupturas de discursos perenizados acerca da demência, pois parte da problemática, pelo senso comum capturado pelo discurso da Medicina, de concentrar-se na cognição, na fala desviante e não no funcionamento discursivo do sujeito. Para isso, as correntes teóricas que fundamentam este trabalho são a Psicanálise lacaniana e a Análise do Discurso Pecheutiana, uma vez que as duas teorias se imbricam na concepção de sujeito e linguagem. Nesse sentido, a metodologia é basicamente a bibliográfica. Logo, propõe um repensar acerca do sujeito com demência, não o anulando, nem focando na patologia, pois entre o sintomático e não-sintomático as fronteiras se entrecruzam, não havendo um lugar tão bem demarcado, já que nada é completo e dominante.