SUMMARY
Este artigo faz uma reflexão em torno das condições de vida e morte dos jovens na atualidade, tomando como locus de análise o Estado de Alagoas que se posiciona como campeão de homicídios de jovens na federação brasileira. Os dados do Mapa da Violência 2012 e do Observatório das Favelas 2011 revelam que o risco relativo de um adolescente alagoano, do sexo masculino, ser vítima de violência letal é de 82,7. Buscamos problematizar essa realidade trazendo elementos culturais e subjetivos que contribuem para a compreensão dessa perversa realidade que transforma o jovem alagoano numa vítima potencial nesse contexto de sociabilidade violenta. Reconhecemos as diferenças e desigualdades entre os jovens, fator que explica porque experimentam realidades de vida absolutamente diferenciadas em função de sua condição étnico-racial, de sua posição socioeconômica, de sua inserção nos espaços políticos, em função do acesso aos ambientes culturais e aos diferentes processos de socialização que vivenciam em suas trajetórias de vida. Nesses termos, propomos uma reflexão que considere as condições de vida e morte dos jovens alagoanos reconhecendo a pluralidade e heterogeneidade entre eles como fator intrinsecamente definidor das diferentes posições e lugares que ocupam no tecido social, fazendo com a condição de ser jovem transforme-se, para alguns, num fator de risco no contexto de vida em Alagoas.