ARTICLE
TITLE

A cultura visual e a técnica em imagens produzidas por estudantes de cursos de licenciatura (The visual culture and the technique in images produced by students of undergraduate courses)

SUMMARY

This article presents the results of a research that aimed to problematize how students of the undergraduate courses of an IFES represent the technique and technology in images produced by them. Those images then are constitutive of their visual culture. Image production workshops were organized. The following concepts were addressed: visual culture; Image Technical and technology. Participated in the Workshops 105 students (52 doubles) who produced 65 photographs from their choice of a phenomena in the surroundings of the university. They answered the questions: justify chosen phenomenon; has technique in that image? (Justify response); has technology in this image? (Justify the answer). Then the photos were projected and the concepts of visual culture, technique and technology were discussed. The analysis of the written responses of the students indicated that when choosing and justifying the phenomena they are holders of a visual culture "based on visuality, the tendency to figure or visualize existence". Most students understood the technique as a means to obtain an end. They also confused the technology with the technical apparatus and did not criticize technique or technology. All students showed familiarity with the "cellular" artifact, but did not criticize this use. The contemporary artifacts, particularly the cell phone, are so inserted in everyday life that it becomes difficult to surprise them, because there is a symbolic system, grounded in technical rationality, so rooted in everyday actions that make this familiarity difficult to miss. This is why they do not problematize the technique or technology, when producing or approaching a visual culture.ResumoEste artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que tinha como objetivo problematizar como estudantes dos cursos de licenciatura de uma IFES (Instituição Federal de Ensino Superior) representam a técnica e a tecnologia, constitutivas da cultura visual, em imagens por eles produzidas. Organizou-se oficinas de produção de imagens. Abordou-se os seguintes conceitos: cultura visual; imagem; técnica e tecnologia. Participaram das oficinas 105 estudantes (52 duplas), que produziram 65 fotografias a partir da escolha de fenômenos no entorno da universidade. Quando as duplas voltavam, respondiam às questões: fenômeno escolhido (justificar a escolha); tem técnica nessa imagem? (justificar resposta); tem tecnologia nessa imagem? (justificar a resposta). Depois projetou-se as fotos e discutiu-se os conceitos de cultura visual, técnica e tecnologia. A análise das respostas escritas dos estudantes indicou que ao escolherem e justificarem os fenômenos eram detentores de uma cultura visual “pautada na visualidade, pela tendência de figurar ou visualizar a existência”. A maioria dos estudantes compreendeu a técnica como meio para se obter um fim, confundiu a tecnologia com o aparato técnico, e não criticou a técnica nem a tecnologia. Todos os estudantes demonstraram ter familiaridade com o artefato “técnico celular”, mas não criticaram esse uso. Os artefatos contemporâneos, particularmente o celular, estão tão inseridos no cotidiano, que se torna difícil estranhá-los, pois há um sistema simbólico, fundamentado na racionalidade técnica, tão arraigado em ações cotidianas, que é difícil estranhar o familiar. Por isso não se problematiza a técnica e nem a tecnologia, ambas produtoras da cultura visual.ResumenEste artículo presenta los resultados de una investigación que tenía como objetivo problematizar como estudiantes de los cursos de licenciatura de una IFES representan la técnica y la tecnología, constitutivas de la cultura visual, en imágenes por ellos producidas. Se organizaron talleres de producción de imágenes. Se abordaron los siguientes conceptos: cultura visual; imagen; técnica y tecnología. Participaron de los talleres 105 estudiantes (52 dobles), que produjeron 65 fotografías a partir de la elección de fenómenos en el entorno de la universidad. Cuando las dobles volvían, respondían a las preguntas: fenómeno escogido (justificar la elección); ¿tiene técnica en esa imagen? (justificar la respuesta); ¿tiene tecnología en esa imagen? (justificar la respuesta). Después se proyectó las fotos y se discutieron los conceptos de cultura visual, técnica y tecnología. El análisis de las respuestas escritas de los estudiantes indicó que al escoger y justificar los fenómenos eran poseedores de una cultura visual pautada en la visualidad, por la tendencia de figurar o visualizar la existencia". La mayoría de los estudiantes comprendieron la técnica como medio para obtener un fin, confundió la tecnología con el aparato técnico, y no criticó la técnica ni la tecnología. Todos los estudiantes demostraron tener familiaridad con el artefacto "técnico celular", pero no criticaron ese uso. Los artefactos contemporáneos, particularmente el celular, están tan insertados en lo cotidiano, que resulta difícil extrañarlos, pues hay un sistema simbólico, fundamentado en la racionalidad técnica, tan arraigado en acciones cotidianas, que es difícil extrañar al familiar. Por eso no se problematiza la técnica y ni la tecnología, ambas productoras de la cultura visual.Palavras-chave: Técnica, Tecnologia, Fotografia, Licenciatura.Keywords:  Technique, Technology, Photograph, Undergraduate courses.Palabras clave: Técnica, Tecnología, Fotografía, Licenciatura.ReferencesAMORIM, M. Vozes e Silêncio no Texto de Pesquisa em Ciências Humanas. Cadernos de Pesquisa, n. 116, p.7-19, julho, 2002.ASSUMPÇÃO, A, M. Entrelaçamentos entre leitura de imagens e estudantes de pedagogia. 2019. 173 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Federal do  Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2019.AUMONT, J. A. Imagem. (Abreu, E, S. e Santoro, C., C., Trad). Campinas, SP: Papirus, 1993.BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.BARTHES, R. O óbvio e o obtuso. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1990.BARTHES, R. A câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.BUNGE, M. Seudociencia e ideología. Madri: Alianza, 1985.CANCLINI, N. G. Diferentes, desiguais e desconectados: mapas da interculturalidade. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2005.CRAIA, E. C. P.; PECORARO R. La Técnica en el ágora: repensar nuestro estado de cosas (Presentacíón). Quadranti –Rivista Internazionale di Filosofia Contemporanea –v. IV, p.3-5, nº 1-2, 2016.CUCHE, D. A Noção de Cultura nas Ciências Sociais. 2ª ed. Bauru: EDUSC. 2002CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Centiæ zudia, São Paulo, v. 2, n. 4, p. 493-518, 2004.ELLUL, J. A técnica e o desafio do século. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.FISCHER, R.M.B.; MARCELLO, F. Pensar o outro no cinema: por uma ética das imagens. Revista Teias, v. 17, n. 47, jan./mar., p.13-28. 2016.FISCHER, M. R, Mídia, máquinas de imagens e práticas pedagógicas. Revista Brasileira de Educação, v. 12 n. 35 maio/ago. p.290-299, 2007.FLUSSER, V.. Filosofia da Caixa Preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Annablume, 2011.GOUVÊA, G. Divulgação científica para crianças: o caso da Ciência Hoje das Crianças, 2000. Tese de doutorado em Ciências. Programa de pós-graduação em Ciências do ICB/ UFRJ, 2000. 230pGOUVÊA, G.; OLIVEIRA, C. I. de C. Memória e representação: imagens nos livros didáticos de física. Ciências & Cognição, V. 15, N. 3, 2010, p.063-083. Disponível em: http://www.cienciasecognicao.org/revista/index.php/cec/article/view/368, Acesso em 20 novembro de 2018.HABERMAS, J. Técnica e ciência como “ideologia”. 1ªed. São Paulo: editora Unesp, 2014.HALL, S. Representation: Cultural Representations and Signifying Practices. Hall, S. (Ed), London: SAGE Publications, 2003.JAY, Martin. Relativismo Cultural e a Virada Visual. Aletria: Revista de Estudos de Literatura, v. 10, n.11, p. 14 - 28, 2003.KLEBA, J. Tecnologia, ideologia e periferia: um debate com a filosofia da técnica de Álvaro Vieira Pinto. Convergencia: Revista de Ciencias Sociales, v. 13, n. 42, p. 73-93, set./dez. 2006.KNAUSS, P. O desafio de fazer História com imagens: arte e cultura visual. ArtCultura, Uberlândia, v. 8, n. 12, p. 97-115, jan.-jun. 2006.MARCUSE, H. Cultura e sociedade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1998.MARCUSE, H. O homem unidimensional: estudos das ideologias da sociedade industrial avançada. São Paulo: Edipro, 2015, 247p.MENESES, U. T. B. de. Fontes visuais, cultura visual, história visual: balanço provisório, propostas cautelares. Revista Brasileira de História, São Paulo. v. 23,n. 45, p. 11-36, July, 2003.MIRZOEFF, Nicholas. An introduction to visual culturee. London: Routledge, 1999MUMFORD, L. Técnica y Civilizacion. Madri: Alianza, 1979 © 1934.OLIVEIRA, et al. Imagem e educação. 1ª ed. v1.Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2006, 106p.PINTO, A. V. O Conceito de Tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, v. 1, 2005.ROSA, G. A. de; TREVISAN, A. L. Filosofia da tecnologia e educação: conservação ou crítica inovadora da modernidade?. Avaliação. Campinas, online, vol.21, n.3, pp.719-738.2016; http://dx.doi.org/10.1590/S1414-40772016000300004. Acesso em 15 de fevereiro de 2019.SARDELICH, M. E.; GARCIA, A.;  ALVES B. T. S. L. Cultura visual no Brasil: um panorama sobre a construção do campo de estudo. RDIVE, João Pessoa, v.1, n. 1, p. 158-175, jan./jun., 2016.SARDELICH, M. E. Leitura de imagens e cultura visual: desenredando conceitos para a prática educativa. Educar, Curitiba, n. 27, p. 203-219, 2006. SÉRVIO, P. P. P. O que estudam os estudos de cultura visual?  Revista Digital do LAV, Santa Maria, vol. 7, n.2, p. 196-215 - maio/ago. 2014.SILVA, P. I. F. da. Marcuse e a racionalidade tecnológica: dominação ou liberdade. 2013. Dissertação (mestrado em Filosofia da Ciência e da Tecnologia).  Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo.  São Paulo, 2013. SOUSA, A. C. G. Os engenheiros no fim do século XIX: ações e ideias. 2013. 249p. Tese (Doutorado em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2013. WALKER, J. A.; CHAPLIN, S. Una introducción a la cultura visual. Barcelona: Octaedro, 2002.WILKE, V. C. L. A epistéme de dominação e o domínio da arte. 1994. 120 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1994.e3834010

 Articles related

Ana Dorziat,Lucas Romário,Maiane Machado de Morais,Luzenice Simey Macedo de Carvalho    

Este artigo analisa práticas pedagógicas de professoras surdas que atuam com alunos/as surdos/as em escolas públicas regulares de João Pessoa-PB. Com base nos Estudos Surdos, evidenciamos as produções culturais que emergem de suas experiências visuais, m... see more


Filipe Gabriel Ribeiro França    

Este artigo problematiza as imagens corporais que foram publicadas na revista Junior (2007-2015) durante o seu período de circulação no Brasil. Inicialmente são abordadas as imagens corporais na revista, fazendo uma articulação com o campo da cultura vis... see more


A. Rani Usman,Ahmad Fauzan,Azman Sulaiman    

Audio-visual or film is one of the strategic means of intercultural communication.  Films are often used as a medium of propaganda for partisan and partial political interests, leading to misunderstandings of a culture. The destruction of a nation's... see more


Slamet Subiyantoro,Kristiani Kristiani,Yasin Surya Wijaya    

This study aims to explore the paradoxical character values on visual semiotics wayang purwa of Raseksa and Satria profiles. Satria and Raseksa figures were selected using a purposive sampling technique, through wayang Pandavas and Kuravas. The study was... see more


Inkyung Choi    

The changes in KO systems induced by sociocultural influences may include those in both classificatory principles and cultural features. The proposed study will examine the Korean Decimal Classification (KDC)’s adaptation of the Dewey Decimal Classificat... see more

Revista: NASKO