SUMMARY
Historicamente o desenvolvimento urbano e econômico vivenciado no Brasil tem favorecido a proliferação do Aedes Aegypti, mosquito causador da febre chikungunya. Assim, este estudo objetiva descrever e analisar a distribuição espacial dos casos de febre chikungunya, na área urbana de Mossoró-RN, buscando as possíveis correlações entre a vulnerabilidade socioambiental da população e a incidência da doença. Foi desenvolvido em duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do município de Mossoró-RN, Brasil, a partir da obtenção dos endereços dos indivíduos identificados como caso de febre chikungunya atendidos no período de 2015 a 2017 e da realização de visitas in loco nos bairros onde se identificou o maior número de casos da doença. Foram obtidos 2878 endereços dos indivíduos atendidos na UPA Conchecita Ciarlini e 1260 dos atendidos na UPA Raimundo Benjamim Franco. A geocodificação da localização dos endereços foi realizada através do uso do Geocode Cells e para a espacialização das coordenadas geográficas foi utilizado o software livre QGIS 2.18 “Las Palmas”. A espacialização dos casos foi feita a partir da estimativa de densidade Kernel. Observou-se uma maior incidência da febre chikungunya nos bairros Santo Antônio, Barrocas, Bom Jardim, Paredões, Boa Vista, Lagoa do Mato, Alto da Conceição, Belo Horizonte e Aeroporto. O estudo mostrou quais as regiões da cidade necessitam de maiores investimentos em ações de combate a febre chikungunya e identificou que existe maior incidência da doença em bairros vulneráveis e com saneamento precário, demonstrando a necessidade de ações intersetoriais de curto, médio e longo prazo.