SUMMARY
Por um longo tempo pesquisadores e estudiosos classificaram o Eucharisticos texto de Paulino de Pella – um breve poema composto por um monge cristão na Gália do século V d.C. – como um tipo de autobiografia antiga, ignorando as características e o estilo peculiares da tradição poética da antiguidade tardia. Este artigo desafia tal classificação por meio de uma reflexão sobre a apropriação que o autor da poesia teria realizado dos instrumentos de composição e recepção literária de seu tempo. Nesse sentido, busca diminuir a importância geralmente imputada a Confissões de Agostinho como matriz de sentido e escrita e busca por tal matriz nos gêneros da tradição poética da antiguidade tardia.