SUMMARY
O artigo apresenta a cultura do ouvir como possibilidade de criação de vínculos no contexto do excesso de imagens e hipertrofia da visão. Descreve, a partir de Wulf, o desenvolvimento ontogenético da audição e o crescimento da abstração na passagem da ênfase nas narrativas para a ênfase nas imagens. Analisa as perspectivas de trânsitos sonoros entre os quatro processos de comunicação descritos por Flusser. Em diálogo com Merleau-Ponty, mostra a reversibilidade entre o falar e o ouvir e, a partir das perspectivas de Berendt, Kamper e Baitello, apresenta indícios da cultura do ouvir nos processos comunicativos da contemporaneidade.