SUMMARY
O discurso narrativo na literatura de testemunho, um gênero que se enquadra nos textos life writing, caracteriza-se por um “eu” ambíguo, colaborador e polifônico, já que neste “eu” ressoam, por um lado, a voz da testemunha dos acontecimentos vividos como representante dum grupo específico, e por outro lado, a voz do autor da obra. A análise do “eu pobre” em dois obas clássicas da literatura de testemunho, Hasta no verte Jesús mío (1969) de Elena Poniatowska e Me llamo Rigoberta Menchú y así me nació la conciencia (1983) de Elizabeth Burgos, mostra que a representação da pobreza dá coerência narrativa assim como sentido individual e coletivo às protagonistas-narradoras. Palavras-chave: literatura de testemunho, pobreza, subaltern studies, narratologia