SUMMARY
Este artigo é resultado de uma pesquisa que aborda o processo de luta pela terra e por educação empreendida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado de São Paulo, a partir do que se analisa como evoluíram as propostas de educação para o campo e as condições de oferta educacional nas escolas localizadas nos assentamentos rurais. Para realização da pesquisa, além da revisão bibliográfica e da análise de dados estatísticos de órgãos governamentais, recorremos às publicações dos movimentos sociais para caracterizarmos o processo de luta pela terra e por educação, a partir da perspectiva da organização dos trabalhadores. Os resultados mostram que a capacidade de organização e mobilização dos trabalhadores é fundamental para conquista e preservação das escolas nos assentamentos e que estas apresentam, quando comparadas ao conjunto das escolas rurais, melhores condições infraestruturais. No entanto, estas conquistas não foram capazes de alterar as políticas dominantes de transporte escolar e fechamento de escolas. Diante disso, discute-se a importância dos princípios teóricos que orientam a luta por escolas no campo pelos movimentos sociais.