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Uma coronel no sertão: transfigurações do feminino em A História de Bernarda Soledade, de Raimundo Carrero

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O regionalismo tem sido considerado por grande parte da crítica literária brasileira como uma manifestação de baixa qualidade artística. Esta visão negativa tem levado muitos escritores contemporâneos a rechaçar a vinculação ao rótulo, ainda que, em suas obras, encontrem-se representações do universo sertanejo com temas e imagens que se inserem numa tradição regionalista. Neste trabalho, analisa-se o romance A História de Bernarda Soledade – a tigre do sertão, de Raimundo Carrero, com atenção às representações do feminino e do coronelismo, tendo em vista a corrente literária regionalista. O exame é baseado na personagem Bernarda Soledade, que subverte as convenções sociais impostas pela sociedade e confere nova roupagem à representação do universo coronelista. Constata-se que, apesar da negação de Raimundo Carrero ao regionalismo, é possível encontrar na obra analisada a recorrência de índices que vêm sendo expressos ao longo da história literária brasileira e, portanto, se inserem numa tradição regional, mesmo que haja transfigurações no modo como estes elementos são representados.

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