SUMMARY
Esse trabalho visa apresentar os rastros estéticos e conceituais dos processos descoloniais encontrados nos romances do autor brasileiro João Gilberto Noll. Para tanto, busca-se um diálogo entre a noção de literatura menor, da filosofia francesa pós-estruturalista, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, com as noções de bilinguajamento, língua menor e língua de fronteira, do pensamento decolonial latino-americano e dos estudos das subalternidades, a partir das contribuições de Glória Anzaldua e Walter Mignolo. Nesse sentido, compreende-se que Noll subverte esteticamente as normas linguísticas da gramática oficial, no sentido de potencializar seus romances para resistir aos processos de assimilação cultural e simbólico. Por isso, a estética neobarroca, camp e as noções de artifício, exterior e máscara, são recorrentes em seus trabalhos e são aqui apontados como importantes mecanismos de descolonização na literatura brasileira contemporânea.