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MAIRI, TERRA DE MAÍRA: A ANCESTRALIDADE INDÍGENA ECLIPSADA EM BELÉM

SUMMARY

Michel Foucault se tornou, nestas primeiras décadas do século 21, uma referênciaepistemológica fundamental para a análise das produções de subjetividades. Sua obrafornece uma série de categorias analíticas que permite a problematização do “normal” eapluralização da verdade. Neste artigo, adotando a perspectiva arquegenealógica,procureiidentificar alguns acontecimentose as estratégias de governamentalidade relacionadosao apagamento da ancestralidade indígena na região constituída hoje pelos estados doPará, Maranhão e Amapá, antes da invasão europeia denominada de Mairi, território dosTupinambá e dos povos Tupi. Para isso, dei continuidade às discussões sobre etniCidadesamazônicas, interessadas em compreender a pluralidade étnica dessas cidades dessaregião e tomei a definição de Dispositivo Colonial, ancorada na proposição de dispositivode Michel Foucault, para identificar como as estratégias de poder colonial continuampresentes na produção de verdades sobre este território e seus povos indígenas. O corpusde análise compreendeu as práticas cotidianas das vendedoras de ervas da f loresta nacidade de Belém, os relatos feitos por André Thevet, no século XVI e a narrativa oraldos Tembé-Tenetehara “Mayra-Íra e Mucura-Íra”, contada por Kuzãí e Beware Tembéem 2015, durante trabalho de campo realizado na Terra Indígena Alto Rio Guamá, naregião nordeste do estado do Pará.

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