SUMMARY
Este artigo, fruto do diálogo entre uma pesquisa de Mestrado e uma de Doutorado, baseia-se nos Estudos Pós-Coloniais Latino-Americanos (QUIJANO, 2005, 2007; MIGNOLO, 2005, 2011; WALSH, 2008; SARTORELLO, 2009) e versa sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais, partindo do questionamento da cosmovisão da sociedade moderna, a qual está pautada na herança colonial (MIGNOLO, 2005, 2011). A partir da problematização da matriz colonial da raça e do racismo vamos interrogando a geopolítica do conhecimento e discutindo os processos de decolonialidade protagonizado pelos Movimentos Sociais Negros. Nossos objetivos são: a) apresentar como os Movimentos Sociais Negros no Brasil vêm participando de forma proativa das possibilidades de mudanças na estrutura da educação, dentre elas na proposição e na formulação de políticas de ações afirmativas; b) analisar como estas políticas de ações afirmativas no âmbito educacional têm influenciado as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN); c) e analisar a relação entre estas políticas e a Educação Intercultural Crítica. Para tanto, a partir dos critérios da Análise de Conteúdo (BARDIN, 2004), selecionamos o corpus e procedemos à análise documental das Diretrizes Curriculares Nacionais promulgadas no período 2001-2011. As análises mostram que a política curricular nacional apresenta elementos que abrem caminhos para a construção de uma Educação Intercultural Crítica e uma Pedagogia Decolonial Antirracista.Palavras-chave: Educação das Relações Étnico-Raciais; Movimentos Sociais Negros; Ações Afirmativas; Interculturalidade.Apoio: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE)