SUMMARY
O ano de 2008 esteve repleto de “comemorações”, sobre o mítico ano de 1968. Mesmo se referindo a processos historicamente recentes, universidades, periódicos e redes de televisão dedicaram atenção aos quarenta anos da maior manifestação política estudantil brasileira. Além de relembrar a insurreição estudantil, os caminhos que levaram parte de seus integrantes à luta armada, é preciso pensar o que restou desse movimento para a política contemporânea. Sendo as duas principais lutas estudantis a garantia de excelência da universidade pública e o repúdio ao regime militar, ou seja, ao modelo político vigente no período, é interessante observar como estes mesmos atores agem quando então são integrantes da elite política. Utilizando como metodologia de trabalho ferramentas de estudo da ‘História Oral’ e das ‘Trajetórias de Vida’, como entrevistas para elaborar uma análise de trajetória, essa pesquisa procura depreender as estruturas sociais do período, através de conversas e relatos orais de alguns dos líderes estudantis de 1968. A partir de lembranças pessoais, é possível compreender o funcionamento e as várias etapas da trajetória de ação dos componentes das cúpulas do ME ao longo do Regime Militar, o contexto social, político e histórico, e particularidades do movimento e seus principais líderes. A singularidade humana é também uma maneira de revelar como as pessoas universalizam, através de suas vidas e de suas ações, a época histórica em que vivem, revelando assim caminhos ainda ocultos de um movimento que foi também formador do cenário político brasileiro contemporâneo.