SUMMARY
No território brasileiro encontram-se topônimos de origem indígena de mais de quinhentos anos de existência, atribuídos pelos próprios índios do passado, talvez até antes do Descobrimento do Brasil, ao lado de nomes indígenas artificiais que têm poucas décadas de existência. Tais nomes surgiram a partir da segunda metade do século XIX e sua criação tornou-se muito comum até os anos 50 do século XX. Esses topônimos artificiais são, muitas vezes, confundidos com os topônimos espontâneos de origem indígena, que são principalmente provenientes do tupi antigo e das línguas gerais dele originadas, ou seja, a língua geral meridional (ou paulista), a língua geral amazônica e o nheengatu. As razões históricas para a ocorrência de tal fenômeno foram o fortalecimento dos nacionalismos políticos no século passado, com reflexos no Brasil, o advento do Modernismo, com profundos efeitos sobre a cultura ocidental em geral e sobre a cultura brasileira, em particular.Este artigo analisa tal toponímia artificial, sua adequação geográfica e linguística e busca explicar seu surgimento.