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Margens: poéticas da exclusão em ‘A gente combinamos de não morrer’, de Conceição Evaristo

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A literatura constantemente tem sido utilizada por escritoras e escritores como instrumento de denúncia, crítica social e espaço de reflexão sobre a condição humana, pelos direitos humanos, pelo direito à literatura de escritores pertencentes ao âmbito periférico e pelo direito ao ato de escrever. Atentando para tal pressuposto, este artigo discute a poética da exclusão e o retrato social periférico na narrativa de Conceição Evaristo. A periferia é um terreno fértil onde a literatura se apresenta com força. A literatura periférica intenciona dar voz aos excluídos da sociedade, movimento novo que veio diversificar a produção literária e incentivar o hábito da leitura nas periferias. A exclusão não é apenas um processo econômico, pois abrange inúmeras particularidades da vida social, cultural e política dos que se encontram distantes dos espaços de poder. Nesse sentido, entende-se Conceição Evaristo como uma escritora representativa no que concerne a temáticas no combate ao preconceito racial, resistência, valorização da memória, oralidade e tantos outros. O conto ‘A gente combinamos de não morrer’, da obra Olhos D'água (2014), de Conceição Evaristo, ilustra a realidade de dor, exclusão e violência da população negra no Brasil, rotineiramente negligenciada por parte da sociedade. Como norteadores teóricos serão utilizados os pensamentos de Candido (2010), Rama (2015), Schwarz (1983), Dalcastagnè (2008, 2012), Nascimento (2006), Mbembe (2018), entre outros.

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