SUMMARY
O objetivo deste artigo é problematizar questões referentes ao papel do pesquisador nas relações que estabelece ao desenvolver uma pesquisa etnográfica com crianças pequenas. A partir das análises das notas do diário de campo, buscamos discutir questões concernentes às relações entre o pesquisador e os sujeitos no contexto das pesquisas desenvolvidas, problematizando o conceito de “adulto atípico” (CORSARO, 2011) e suas interfaces com as possiblidades de aproximações com as crianças. Os dados nos permitem afirmar que, na pesquisa com crianças, é preciso assumir o papel de um adulto distinto dos adultos pertencentes ao contexto, tendo o cuidado em não assumirmos comportamentos de criança, nem adotarmos o comportamento típico dos adultos que se relacionam com as crianças no cotidiano. Portanto, se faz necessário adotar o papel específico de pesquisador, papel esse que se constrói nas relações e interações estabelecidas em constante diálogo com as crianças.