SUMMARY
O artigo se propõe reconstruir/percorrer a trajetória de criação e implementação da política do nome social para pessoas trans na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) durante a década de 2010, bem como analisar seus principais impactos para as pessoas trans e a instituição. Analisam-se, para isso, os sentidos que são tecidos em torno dessa política, assim como as principais dificuldades que ela ainda enfrenta, reconstruindo-se os percursos e campos de disputa pelos quais tem transitado. Para alcançar os objetivos, procede-se à recompilação e à análise de investigações e de documentos relativos ao processo de formulação e implementação das resoluções normativas que asseguram esse direito na UFSC, assim como artigos a esse respeito publicados pelas primeiras pessoas trans a estudar nessa Universidade. Através do cruzamento desses dados e informações, recupera-se parte da memória histórica da luta e participação na formulação e/ou na avaliação das resoluções sobre o nome social na UFSC e discute-se a potência subversiva do uso do nome social frente ao ritual estatal de controle dos corpos e/ou de apagamento deles no espaço público. Finalmente, reflete-se sobre a política como um mecanismo de inclusão e permanência nos espaços institucionais, mas também como um posicionamento político-ativista, uma forma de resistência e de garantia da trans-cidadania.