SUMMARY
O artigo verifica como os jornalistas brasileiros recontam a trajetória dos atores políticos em obras biográficas, em momentos de disputa eleitoral. A perspectiva metodológica da jornada do herói, elaborada por Joseph Campbell, em diálogo com a proposição de Edvaldo Pereira Lima, orienta a reflexão. As narrativas que ilustram o texto são os livros “A história de Lula, o filho do Brasil, de Denise Paraná, “A vida quer é coragem: A trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, assinado por Ricardo Batista Amaral, e “Bolsonaro: O homem que peitou o exército e desafia a democracia”, de Clóvis Saint-Clair. Como resultado, constata-se que as biografias funcionam como um instrumento de divulgação para quem deseja ser lembrado pelos eleitores, às vezes, semelhante à idolatria. Ademais, os biografados são tratados como predestinados, que não têm problemas ou contradições na trajetória política descrita.