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Historiadores e memória da historiografia no Rio Grande do Sul: a edição póstuma de Terra Gaúcha (1955), de Simões Lopes Neto

CORADINI  
Odaci Luiz. As missões da “cultura” e da “política”: confrontos e reconversões de elites culturais e políticas no Rio Grande do Sul (1920-1960). Estudos históricos  
Rio de Janeiro  
n. 32  
2003  
p. 125-144.GENETTE  
Gérard. Paratextos editoriais. São Paulo: Ateliê Editorial  
2009.GRAFTON  
Anthony. As origens trágicas da erudição: pequeno tratado sobre a nota de rodapé. Campinas: Papirus  
1998.GUTFREIND  
Ieda. A historiografia rio-grandense. Porto Alegre: Editora da UFRGS  
1992.LOPES NETO  
João Simões. Terra Gaúcha. Porto Alegre: Sulina  
1955.MEYER  
Augusto. Correspondência  
14 abr. 1954  
Rio de Janeiro  
para SIMÕES LOPES  
Francisca Meirelles. Álbum Simoniano  
Biblioteca Pelotense  
p. 128.MARTINS  
Jefferson Telles. O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul e o espaço social dos intelectuais: trajetória institucional e estudo das redes de solidariedade (e conflitos) entre intelectuais (1920-1956). Tese (Doutorado em História). Programa de Pós-Graduação em História  
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul  
Porto Alegre  
2016.MICELI  
Sergio. Intelectuais e Classe dirigente no Brasil (1920-1945). São Paulo: Difel  
1979.NEDEL  
Letícia Borges. Paisagens da Província: o regionalismo sul-rio-grandense e o Museu Júlio de Castilhos nos anos cinquenta. Dissertação (Mestrado em História Social). Programa de Pós-Graduação em História Social  
Universidade Federal do Rio de Janeiro  
Rio de Janeiro  
1999.NEDEL  
Letícia Borges. Um passado novo para uma História em crise: regionalismo e folcloristas no Rio Grande do Sul. Tese (Doutorado em História). Instituto de Ciências Humanas  
Programa de Pós-Graduação em História  
Universidade de Brasília  
Brasília  
2005.NEDEL  
Letícia Borges  
RODRIGUES  
Mara de Mattos. Historiografia  
crítica e autocrítica. Ágora  
Santa Cruz do Sul  
v. 11  
n. 1  
jan./jun. 2005  
p. 161-186.ORNELLAS  
Manoelito de. Correspondência  
01 jan. 1954  
Pelotas  
para Editores da Editora Globo S. A.  
Porto Alegre. Álbum Simoniano  
Biblioteca Pelotense. ORNELLAS  
Manoelito de. Gaúchos e beduínos: a origem étnica e a formação do Rio Grande do Sul: Rio de Janeiro: José Olympio  
1948.ORNELLAS  
Manoelito de. Prefácio. In: LOPES NETO  
João Simões. Terra Gaúcha. Porto Alegre: Sulina  
1955  
p. 7-8.ORNELLAS  
Manoelito de. Um pouco de Simões Lopes Neto. Correio do Povo  
Porto Alegre  
16 mar. 1948  
p. 4.SILVEIRA  
Daniela Oliveira. “O passado está prenhe dofuturo”: a escrita da história no Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (1920-1930). Dissertação (Mestrado em História). Programa de Pós-Graduação em História  
Universidade Federal do Rio Grande do Sul  
Porto Alegre  
2008.SIMÕES LOPES  
Francisca Meirelles. Correspondência  
04 jan. 1954  
Pelotas  
para ORNELLAS  
Manoelito de. Porto Alegre. Álbum Simoniano  
Biblioteca Pelotense.SPALDING  
Walter. Introdução. In: LOPES NETO  
João Simões. Terra Gaúcha. Porto Alegre: Sulina  
1955  
p. 9-12.SPALDING  
Walter. Tradições e superstições do Brasil Sul. Rio de Janeiro: Organizações Simões  
1955.ZALLA  
Jocelito. Quanto a Literatura fala à História: a ficção de Barbosa Lessa e a memória pública no Rio Grande do Sul. História da Historiografia  
v. 16  
2014  
p. 37-54.  

SUMMARY

O objetivo deste artigo é examinar o aparato paratextual póstumo de Terra Gaúcha (1955), ensaio histórico inédito do escritor regionalista João Simões Lopes Neto (1865-1916). Quais eram as condições (e os limites) da apropriação da obra e do autor no período da edição? Para tanto, busco aliar uma história editorial do manuscrito a uma tipologia das notas de rodapé elaboradas pelos historiadores-editores. A edição de Terra Gaúcha visava legitimar as posições adotadas pelo grupo de historiadores-folcloristas marginal no âmbito do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRS), criando um precursor nobre e uma narrativa de memória para seu projeto de escrita de história. Essa operação passou pela atualização científica do texto, através da inclusão de notas de rodapé bibliográficas e documentais, e pela concessão ideológica a teses então dominantes a respeito da formação do Rio Grande do Sul. Essa autorização parcial, no entanto, acabou por reforçar o veto à identidade profissional de historiador para Simões Lopes Neto.

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Neste artigo, discutimos como a crítica historiográfica, no Brasil, fez da linguistc turn um espectro a assombrar os territórios e fronteiras disciplinares de Clio, ameaçando o ofício dos historiadores profissionais, acadêmicos. Penso isso a partir de um... see more