SUMMARY
Uma grande parte do valor percebido da história no mundo antigo estava ligada à sua função educacional. De um modo ou de outro, ela foi considerada como um guia benéfico para a conduta ou como magistra vitae (CÍCERO, De OratoreII, 36). Dar instrução política e aconselhamento, por um lado (POLÍBIO, I, 1, 2), e fornecer exempla, por outro lado, eram os dois grandes objetivos da história. Este artigo argumentará que, ao narrar a história do passado, os historiadores não apenas julgavam ações ou pessoas do passado, e forneciam exemplos morais úteis a seus contemporâneos, mas também estimulavam um tipo de competição entre os tempos passado e presente. Ao registrar bons exemplos a serem imitados e maus a serem evitados, os historiadores romanos promoviam o código de valores dos maiores para seu próprio tempo, fomentavam a ação e, em certa medida, tornaram-se indicadores significativos para a sociedade romana. Esse aspecto competitivo da historiografia romana é ilustrado aqui em três categorias distintas, analisando o trabalho de grandes historiadores romanos: Salústio, Tito Lívio e Tácito.