SUMMARY
Esse texto tem como ponto inicial considerações pessoais desenvolvidas a partir de reflexões sobre a relação dialógica entre Antropologia e Literatura. Parto da ideia de que a elaboração de conhecimentos em antropologia ganha especificidade no fato de se basear em grande parte na experiência subjetiva do pesquisador, que constrói seu trabalho de campo numa interrelação entre sua experiência pessoal e a de seus vários interlocutores. Isto me leva a interrogar o lugar da narração biográfica na escrita de um relato antropológico. Nesse artigo, defenderei que, na elaboração de um texto antropológico, a “subjetividade” pode ser pensada como “estilo objetivo” e que o recurso à escrita literária é um domínio rico para se pensar tal ponto, notadamente quando se considera, como Bastide, que a expressão poética é uma “forma de exatidão científica “.