SUMMARY
O presente artigo argumenta que a produção cultural e intelectual acerca dos sertões e do Brasil central, elaborada em fins do século XIX e, sobretudo, na primeira metade do século XX, foi propulsora da Marcha para o Oeste e, mais especificamente, da Expedição Roncador-Xingu (1943-1948), foco deste artigo. A produção literária e historiográfica – especialmente o investimento em torno da memória e da história dos bandeirantes, no Estado de São Paulo – exerceu um papel central na construção de uma agenda política marcada pela urgência nacional em conquistar áreas remotas do interior do Brasil. A Expedição Roncador-Xingu valeu-se dessa agenda para obter financiamento, apoio político e visibilidade.