SUMMARY
Este artigo tece reflexões sobre os desafios de instauração de práticas na interface da terapia ocupacional e da cultura, e toma como referência estudos de um campo problemático, definido pela biopolítica enquanto regime de poder hegemônico, que compõe os domínios dessas áreas de atuação. Aponta, assim, questões para a construção de estratégias de participação social e cultural de pessoas que, por múltiplas razões, vivem situações de vulnerabilidades. Essas populações, tradicionalmente atendidas no campo da terapia ocupacional, vivem de forma singular a circulação nos diferentes espaços da cidade e desafiam a criação de ações inovadoras e transversais, que afirmem encontros e projetos de vida coletiva. As práticas artísticas engendradas numa determinada perspectiva crítica destacam-se enquanto alternativas para ativar experimentações que possibilitam a produção de subjetividades a partir da heterogênese. São contribuições ao conjunto de estudos interdisciplinares que dão sustentação às ações complexas e intersetoriais, que operam a produção da autonomia e a efetuação das políticas culturais.