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Resumos de Teses e Dissertações: Políticas Públicas, Educação, Juventude e Violência da Escola: Quais as dinâmicas entre os diversos atores envolvidos?

SUMMARY

O presente trabalho aborda o tema da violência da escola, sob três eixos temáticos: juventude de grupos populares urbanos, violência da escola e educação, sob o enfoque da escola pública para jovens e o ensino médio. Como efeito dos processos de fragmentação social e de exclusão econômica e social, emergem práticas de violência como norma social de amplos grupos, presentes em múltiplas dimensões das relações humanas e do convívio social. A relação entre educação e os processos de violência estiveram permeados em toda constituição histórica até a sociedade contemporânea, ainda que se pesem as transformações conceituais que subsidiaram as práticas ao longo desta trajetória. Torna-se evidente a vulnerabilidade dos jovens, sobretudo de grupo populares, aos inúmeros índices relacionados à violência no país, e ainda às políticas públicas voltadas para juventude que reconhecidamente são insuficientes, fragmentadas ou inadequadas para de fato atender as demandas deste grupo numa perspectiva que os efetive como sujeitos de direitos. Sendo assim, a escola apresenta-se como espaço consagradamente em conquista por este grupo, embora ainda no processo gradual de universalização do ensino médio com todas suas dificuldades, tais como, acesso, permanência e qualidade de ensino. Ressalta-se portanto a importância do comprometimento deste estudo em aprofundar e contextualizar o fenômeno da violência na escola em relação às condições políticas, econômicas, culturais e sociais as quais estão inter-relacionadas na contemporaneidade, sobretudo quando trata-se de um assunto urgente que obstaculiza os processos democráticos construídos no cotidiano das instituições escolares. Na direção de realizar um levantamento das práticas de violência no ambiente escolar, analisar as ações e os enfrentamentos realizados por cada ator nas escolas públicas, as ações pautaram-se na temática da violência na e da escola pública de Ensino Médio, em cinco escolas na cidade de São Carlos. Para a coleta de dados quantitavos foram utilizados questionários auto-aplicáveis com alunos e produzido banco de dados, testes estatísticos com cruzamentos e cálculos apropriados para o propósito da pesquisa. Já para coleta de dados qualitativos foram realizadas entrevistas com diretores, coordenadores pedagógicos, inspetores, professores e alunos. E ainda doze encontros com grupos de alunos por meio de dinâmicas grupais, discussões, e atividades lúdicas, plásticas e dramáticas com o tema da violência. Para fidelidade dos registros foram utilizados equipamentos audiovisuais. Dentre algumas análises dos dados coletados verificou-se as refinadas estratégias do processo de inclusão e exclusão sociais reproduzidas pela escola, assim como a dinâmica dos agentes escolares em relação aos processos de violência, suas reproduções  e seus enfrentamentos que desenvolve, inúmeras vezes, formas ainda mais rígidas, porém coersitivas e policialescas. Dada a densidade e abrangência da violência na atualidade, a escola sofre com as ameaças internas e externas que estão presentes no seu cotidiano, ao mesmo tempo que realimenta em suas atitudes fundadas na ineficácia de suas experiências com modelos mais democráticos, associadas ao despreparo dos profissionais e a falta de uma rede de suporte que amplie as ações revogadas à escola, mas que extrapolam suas responsabilidades e suas possibilidades como está designada as instituições escolares na atualidade. A relevância social e acadêmica dada ao tema convergem na construção de práticas escolares democráticas, pois diante a complexidade da violência e a juventude na atualidade tornam a escola imprescindível para avaliação, implementação e reprodução dos espaços possíveis para as vivências dos processos democráticos, desde que haja outras redes de apoio que possam efetivamente responder à lógica contraditória e complexa da assistência ao direito do jovem de grupos populares.

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