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RESUMO DE TESE E DISSERTAÇÃO: EDUCADORES SOCIAIS E SUAS PRÁTICAS JUNTO A JOVENS: O COTIDIANO DE ONGS NA CIDADE DE CAMPINAS/SP

SUMMARY

Concomitantemente ao fortalecimento do projeto político neoliberal no Brasil, vivenciou-se a projeção nacional dasorganizações não governamentais (ONGs) que realizam práticas educativas voltadas para adolescentes ejovens pobres. A presente pesquisa pretendeu analisar as práticas educativas de educadores sociais em duas ONGsda cidade de Campinas, no interior do estado de São Paulo. Organizações estas atuantes no campo da educação eda assistência social e que se dedicam ao trabalho sócio-educativo com adolescentes/jovens em situação devulnerabilidade social, no período contrário ao escolar. Para tanto, lançou-se mão de procedimentos como a observaçãoparticipante, com anotações em diário de campo, num período de dois meses em cada instituição, as entrevistassemi-estruturadas com a equipe de trabalho e com os jovens egressos, bem como a aplicação de um jogo, nomeado“Jogo do Consenso”, como dispositivo facilitador das opiniões dos jovens no que se refere às suas experiências nasorganizações estudadas. O conjunto desse material foi analisado com base nas principais categorias sobre as quaiseste trabalho se debruça: - os conceitos e discussões sobre o papel das ONGs/Terceiro Setor na sociedade brasileiracontemporânea; - a condição atual da adolescência e juventude pobres e urbanas; - a educação na sua vertente maisabrangente, pois nos interessa, neste percurso, tanto os caminhos da educação formal como as práticas não formaise o educador social. Com os dados empíricos articulados com o suporte teórico, delineamos algumas discussões,entre elas: o retrato dos(as) educadores(as) sociais, as implicações do trabalho voluntário e do recebimento debaixas remunerações na prática do educador social, os programas de transferência de renda para adolescentes ejovens e o aprofundamento da categoria ‘respeito’ como norteadora para (re)olharmos as práticas dos educadores,a partir das falas dos jovens. Frente às inúmeras dificuldades enfrentadas pelos educadores sociais no cotidiano doseu trabalho, desde a escassez de material para suas intervenções, formações frágeis, salários baixos, o trabalhotécnico entendido como voluntário, entre outras, nota-se que tais práticas educativas podem, de maneira bastanterestrita e individualizada, favorecer ampliações das redes sociais de suporte dos jovens pobres, mas ainda, esobremaneira, operam na lógica do assistencialismo, uma vez que macrossocialmente não produzem, coletivamente,alterações no lugar social da população atendida, no caso, dos jovens pobres. Assim sendo, podemos inferir queexiste um alinhamento, consciente (ou não), ao projeto político hegemônico neoliberal, que reproduz as desigualdadessociais, econômicas e políticas inerentes ao modo de produção capitalista, contribuindo para a manutenção do  status quo  . Finalmente, este estudo pretende contribuir para uma melhor qualificação das práticas propostas em espaçoscomo os que aqui se analisa, para um desvelamento dos objetivos implícitos no modelo atual de intervenção públicana questão social, bem como para produzir subsídios para criação e implementação de políticas públicas voltadas aadolescentes e jovens, evidenciando-os como sujeitos de direitos, especialmente o de poder projetar suas vidas numadireção de autonomia e respeito.

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