SUMMARY
O objetivo do texto é discutir e avaliar, de modo específico, os processos de metáforas sinestésicas, avaliando as condições sensório-motoras que integram a sua construção. Inicialmente, relato, retomando autores da área, alguns posicionamentos sobre a questão da sinestesia como um fenômeno neurofisiológico e sua importância como uma atividade perceptiva multimodal. Na sequência, enfatizo as discussões que foram desenvolvidas por diversos autores (Ullmann; Williams; Werning, Fleischhauer e Beseoglu; Yu) sobre o alcance das metáforas sinestésicas. Além do mais, procuro contemplar o essencial de cada uma das abordagens, com ênfase especial sobre limites combinatórios sensoriais e a direcionalidade preferencial para certas combinações. Como esses estudos foram realizados a partir de corpora específicos ou de avaliação experimental, esses autores apontam restrições às combinações que, intuitivamente, parecem naturais numa dimensão interpretativa. Por último, aponto a necessidade de se restringirem os limites e as condições sob as quais o aparelho sensório-motor opera na integração de percepções advindas de sensores diferentes.