SUMMARY
É possível observar historicamente o antagonismo delineado entre ciência e religião. Desde Galileu e a revolução científica, foram múltiplas as disciplinas que destinaram seus anseios teóricos para o entendimento dessa interface, a exemplo das neurociências, a partir do século XIX. Atualmente, observa-se um crescente interesse em investigar os correlatos neuronais da experiência religiosa e sua implicação na vida cotidiana. O presente manuscrito apresenta uma revisão sistemática dos estudos que buscaram compreender os correlatos neurológicos da experiência religiosa a partir da técnica Eletroencefalograma (EEG), nos últimos dezoitos anos. Para isto, a coleta de dados foi realizada nos bancos de dados Pubmed, PsycINFO, Scielo e Science Direct. Dentre os resultados, constatou-se que indivíduos religiosos comumente vivenciam mudanças no senso de propósito e significado de vida, bem como amplificação da empatia e compaixão. Esta área de interseção aspira práticas qualificadas tanto no campo cognitivo, quanto no psicológico e emocional, desabrochando um horizonte promissor.