SUMMARY
Este artigo procura pensar uma história cultural da música a partir das implicações teórico-metodológicas da ideia de filosofia de Antonio Gramsci. As reflexões estão divididas em três etapas: (1) revisão de algumas vias abertas pela parceria entre história e antropologia em torno do conceito basilar de cultura; (2) análise da construção do conceito gramsciano de filosofia, sua relação com o projeto teórico mais amplo de Gramsci e com o olhar do autor sobre isto que os antropólogos/historiadores costumam chamar de cultura; (3) um diálogo entre Gramsci, antropologia e história cultural no esforço de fundamentar uma história cultural da música que privilegia o conflito simbólico/social. Tomo, como exemplo empírico desse exercício, uma pesquisa atual acerca do envolvimento de Villa-Lobos com músicos populares no Rio de Janeiro.