SUMMARY
O presente artigo pretende elaborar possíveis conexões entre um realismo de viés sensório e o gênero horror, a partir da ideia de que ambos compartilham um elemento comum: a insegurança perceptual que corrobora para a apreensão de atmosferas de suspense e de medo. Operando tanto na narrativa fílmica quanto na relação direta com o espectador, a insegurança perceptual foi debatida por Thomas Elsaesser (2015), sendo brevemente relacionada com filmes do gênero horror. Gostaríamos que aprofundar essa relação, incorporando ao debate lançado pelo autor o elemento atmosférico, que surge a partir de ambientações de filmes cuja “camada sensória” está em evidência e que, ao investirem na espacialidade e em uma quebra da centralidade do olhar humano, remetem a operações já tradicionais da narrativa do horror.