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O cinema autorreferencial de Chantal Akerman como ato de teoria do deslugar

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O artigo observa a condição de deslugar focando o olhar crítico-analítico prioritariamente no universo do cineasta, considerando que na pós-modernidade e contemporaneidade proliferam as produções que se fazem território autorreferencial do criador. Parece ser o caso de Chantal Akerman, cuja filmografia apresenta indícios do ‘eu’ no âmbito ficcional e no documental, permitindo identificar, na dimensão do que se entende como deslugar, o predomínio de um peculiar, oscilante pertencimento/não-pertencimento manifesto em constantes deslocamentos e perambulações. Neste sentido, à luz das reflexões acerca do filme como ato teórico propostas por Jacques Aumont, o estudo parte do método de análise comparativa para observar excertos dos filmes Je, tu, il, elle (1974), News from home (1976) e Les rendez-vous d’Anna (1978) a fim de examinar o pensamento autobiográfico que sustenta as narrativas da diretora belga — buscando confirmar a hipótese de que as labilidades espaciais e psicológicas consistem no traço distintivo de seu trabalho. O objetivo do estudo é investigar se e como tal característica é transversal na obra da diretora belga, ali impregnando a inteligência criadora de modo a afetar diretamente as articulações poéticas e sensíveis. Ao comparar as declarações de Akerman no documentário I don’t belong anywhere (2015) com as diegeses do corpus em questão, os resultados obtidos indicam ser possível, por ora, confirmar a manifestação a condição de deslugar tanto nas personagens, quanto em quem as criou.

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