SUMMARY
Vive-se numa época em que se faz necessário rediscutir o lugar da identidade da mulher, uma vez que as novas conjecturas de atuação feminina têm exigido um comportamento e atuação diferenciados. O presente artigo pretende compreender como se processa a construção do espaço do não-pensar como um lugar de alienação feminina, e o que a mulher pode fazer para resistir a este contexto. Desta forma, pretende-se a partir da personagem Macabéa, de A hora da estrela, de Clarice Lispector, refletir sobre o não-pensar como forma de proteção e resistência e até que ponto essa condição cria o lugar da alienação representada em seu texto, contribuindo para reforçar a tragédia humana. A pesquisa aponta que uma das formas de resistência, encontra-se no riso, no humor e na capacidade de ironizar, tanto a sociedade como a própria condição de si mesma.