SUMMARY
Neste trabalho de análise do texto de Carlos Eurico da Costa, A Cidade de Palagüin, propõe-se uma comparação tanto ideológica quanto estilística com o(s) poema(s) sobre a Pasárgada do modernista brasileiro, Manuel Bandeira, que foram marcantes entre os artistas portugueses. Mormente relacionada com os Cantos de Maldoror, Palagüin pode ser inserida numa “linhagem surrealista” singular a Portugal, cujas raízes não se restringem às propostas bretonianas. A linhagem do Surrealismo em Portugal gravita, também, em torno de um universo próprio, em que o Modernismo brasileiro pode ser aceito como coadjuvante, ou “parente próximo”, juntamente com os modernistas de Orpheu. O texto de Carlos Eurico da Costa é exemplar nesse aspecto de encontro e desencontro com o que propunham os franceses ou, mais especificamente, o próprio André Breton, de modo que marca o que foi — e é ainda — o Surrealismo de sotaque português.