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Montagem miríade e dança: a corporificação do pensamento cinematográfico em Evaldo Mocarzel

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A partir da abordagem metodológica da Teoria dos Cineastas, este artigo pretende refletir sobre o pensamento teórico do documentarista Evaldo Mocarzel, observado em seus documentários sobre dança: São Paulo Companhia de Dança (2010); Lia Rodrigues: Canteiro de Obras e Ensaio sobre o Movimento. O objetivo é evidenciar procedimentos técnicos proeminentes, tais como a montagem em falso-raccord, a repetição do gesto em corte cinematográfico e o uso de câmeras acopladas aos corpos dos dançarinos como corporificação de um raciocínio estilístico ancorado em procedimentos recorrentes na obra documental mocarzeliana. A partir de seus textos, ensaios, entrevistas e cartas de montagem, além dos filmes, busca-se reconhecer possíveis traços teóricos sistemáticos nos atos criativos investigados. O foco da análise reflexiva recai sobre duas questões fundantes, a saber: a) no casamento artístico e linguístico da dança com o cinema, a intenção estilística do cineasta seria transformar o dançarino numa espécie de diretor de fotografia de si mesmo?, e b) a montagem miríade seria capaz de trazer à tona a fragmentação, a repetição e a integração de falsos-raccords, relacionando duas linguagens entrelaçadas por cortes deflagrados por gestos coreográficos fazendo o filme dançar? O reconhecimento de traços de coerência entre os objetos empíricos desta investigação acaba por contribuir para a sistematização de argumentos que se transformam em teoria traduzida em ato fílmico e vice-versa.

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